sábado, 24 de março de 2012

Áreas da Filosofia

A Existência e a Consciência: VIDA (orgânica e instintiva) desenvolvimento e expansão da Consciência: 1. Consciência crítico-dialética – O sujeito se dá conta de sua relatividade bem como daquela do objeto, o sentido de um dependendo de sua relação com o outro. 2. Autoconsciência – O sujeito dilui em si o objeto; vê-se como autoconsciência racional da qual o mundo objetivo é apenas uma manifestação. 3. Consciência representativa – Sujeito se distingue do objeto e o denomina: a representação serve-lhe de mediação para a significação e manipulação do mundo. 4. Consciência vivencial – Sujeito imerso no objeto como equipamento para prover sua existência. A consciência de sua própria existência levou os indivíduos a construir explicações sobre as condições em que viviam. O uso do intelecto humano propiciou a separação didática por áreas de preocupação, isto é, as particularidades que justificam as divisões das respectivas áreas conforme o enfoque de suas preocupações. a) Metafísica – sempre esteve presente na filosofia, desde o século VII a. C. até o século XIII quando começou a ser "substituída". A Metafísica também é chamada de momento ontológico-ideal. Nela, o sujeito se submete ao objeto; ontologização do mundo e a diluição do sujeito: o logos intuínte. b) Ciência Moderna – tem início por volta do século XIII é chamada de momento lógico-experimental. O objeto se submete ao sujeito; fenomenalização do mundo e a racionalização do sujeito: o logos instituinte. c) Dialética – apesar de a dialética existir em outros momentos históricos, como em Heráclito, por exemplo; é a partir do século XIX que ela passa a ser dominante no pensamento ocidental. É também chamada de momento histórico-práxico. Sujeito e objeto se constituem reciprocamente. A historicização do sujeito: práxis criadora. A dialética é o “movimento aspiralar das ideias”: c.1) Tese – aquilo que se afirma, ou que se nega da coisa ou ser, c.2) Antítese – aquilo que se nega, ou se afirma da coisa ou ser, c.3) Síntese – a conclusão harmônica e necessária dos elementos anteriores e, por sua vez se torna novamente em Tese, e assim prossegue ad infinitum; portanto movimento aspiralar. Os pensares se interpenetram, não se deve pensar neles como uma seqüência, onde finda um modo e outro tem início; esta “mixagem” de idéias é que torna enriquecedora a discussão filosófica. d) Lógica – é o conhecimento das formas e regras gerais do pensamento correto e verdadeiro, à parte dos conteúdos pensados; regras para a demonstração científica verdadeira; regra para os pensamentos não-científicos; regra para a exposição de conhecimentos; regras para verificar a verdade ou falsidade de um pensamento, etc. A Lógica é a ordenação que razão segue na busca pelo conhecimento dos objetos que observa, pode-se dizer que são os trilhos por onde passa o trem (a mente) para chegar à estação de destino (conhecimento). A lógica observa uma ordem: d.1) Cognoscitiva – conhecer a realidade, d.2) Retórica – argumentar de forma convincente, d.3) Pedagógica – educar, ensinar, transmitir de forma cessível a verdade. São três as operações que o ser utiliza nesta busca, quais sejam: d.3.1) Conceito – é a representação mental de um objeto qualquer do conhecimento, d.3.2) Juízo – é a afirmação ou negação da conveniência de um predicado e de um sujeito, d.3.3) Raciocínio – é a articulação coordenada de vários juízos. e) Ontologia – é o conhecimento sobre os princípios e fundamentos últimos de toda a realidade, de todos os seres ou entes. f) Silogismo – busca adequar a relação entre as premissas: maior, decorrente e conclusão, para observar se o sujeito está processando de forma adequada o pensamento, na investigação da verdade; por exemplo: f.1) premissa maior – todo homem é mortal f.2) premissa decorrente – eu sou um homem. f.3) conclusão – logo, sou mortal. g) Epistemologia – é a análise de forma crítica de todas as ciências: exatas, naturais e humanas; avaliação dos métodos e resultados das ciências, compatibilidades e ausência dela nas ciências; relacionamento entre as ciências. h) Conhecimento ou Gnosiologia – é o estudo das variadas formas de conhecimento humano: sensorial e percepção; imaginação e memória; conhecimento intelectual; verdade e falsidade; ilusão e realidade; espaço e tempo; ingenuidade e cientificismo; conhecimento científico e filosófico. i) Ética e Moral – é o estudo dos valores morais ou virtudes, a ética origina-se da expressão grega ethos, e significa o estudo do agir humano em relação aos homens, isto é, a moralidade, ou sua ausência, em seus atos para com o semelhante, para consigo mesmo, para com a natureza, etc. Estuda a relação entre a vontade e a paixão; vontade e razão; valoração e fins da ação moral; a liberdade; a responsabilidade; o dever; a obrigação, etc.; a ética, etimologicamente origina-se da expressão grega ethos, diz respeito ao aspecto teórico, enquanto moral é o aspecto prático das condutas; a ética é atemporal, a moral é cultural. j) Filosofia Política – a natureza do poder e da autoridade; o direito; a lei; a justiça; dominação; violência; regimes políticos e suas bases; o Estado; autoritarismo; conservadorismo; movimentos revolucionários e libertários; teoria revolucionária e reformista; crítica analítica das ideologias. k) Filosofia da História – a dimensão temporal da existência humana como um fenômeno sócio político e cultural; o progresso, a evolução social; o descontinuísmo histórico; as diferenças históricas e culturais, razões e conseqüências na História; analisa os diferentes períodos da filosofia; de grupos filosóficos conforme problemas e temas que enfrentam; relações entre o pensamento filosófico e a realidade econômica, política, social e cultural de uma sociedade específica; variações e transformações de conceitos filosóficos em épocas distintas; alteração da concepção da finalidade e mesmo do que seja a filosofia. l) Arte e Estética – as formas de arte, trabalho artístico; as obras de arte e suas criações; a relação entre a matéria e as formas; a relação entre a arte e a sociedade; a arte; a política; a ética. m) Linguagem – a linguagem como manifestação de humanidade; os signos e suas significações; a comunicação; da língua oral para a escrita; a linguagem cotidiana e linguagem filosófica, a literária, a científica; as variadas formas de linguagem como deferentes formas de expressão e comunicação. A articulação das idéias é exteriorizada por meio da fala e da escrita. Isto implica que deve haver um padrão de símbolos gráficos (escrita) e fonéticos (fala), que seja comum a todos os membros do grupo, para que seja realizado o desenvolvimento da cultura: o código. Bibliografia: CHAUÍ, M. Convite à filosofia. São Paulo. Editora Ática, 2005.

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